sábado, 5 de julho de 2008

Componentes da frota de Cabral e Dados do Descobrimento do Brasil

Uma nauA Ilha do Brasil

Condensação de Carlos Coelho

A Ilha do Brasil, ou Ilha de São Brandão, ou ainda Brasil de São Brandão, era uma das inúmeras ilhas que povoavam a imaginação e a cartografia européias da Idade Média, desde o alvorecer do Século IX. Também chamada de "Hy Brazil", essa ilha mitológica "ressonante de sinos sobre o velho mar", se "afastava" no horizonte sempre que os marujos se aproximavam dela. Era, portanto, uma ilha "movediça", o que explica o fato de sua localização variar tanto de mapa para mapa. Segundo a lenda, "Hy Brazil" teria sido descoberta e colonizada por São Brandão, um monge irlandês que partiu da Irlanda para o alto mar no ano de 565. Como São Brandão nascera em 460, ele teria 105 anos quando iniciou sua viagem.

O nome "Brazil" provém do celta bress, que deu origem ao verbo inglês "to bless" (abençoar). "Hy Brazil", portanto, significa "Terra Abençoada".

Desde 1351 até pelo menos 1721 o nome "Hy Brazil" podia ser visto em mapas e globos europeus, sempre indicando uma ilha localizada no Oceano Atlântico. Até 1624, expedições ainda eram enviadas à sua procura.

A frota de Cabral era composta por duas divisões com 10 naus e três caravelas:

1a Divisão:

Navios

Comandante

Tripulação

2 Caravelas latinas



1 Nau mercante



1 Naveta demantimentos

Gaspar de Lemos


Nau Capitânia

Pedro Álvares Cabral


Nau Sota-Capitânia

Sancho de Tovar


2a Divisão: Destinava-se a Sofala (atual Moçambique)

1 Nau

Diogo Dias

150

1 Caravela latina

Bartolomeu Dias

80

Os navios se chamariam, segundo Francisco Varnhagem (1854), baseado em documento incompleto encontrado na Torre do Tombo:

Navios

Tipo

Comandante

Tripulação

Santa Cruz

Nau

Ayres Gomes da Silva


Flor de La Mar

Nau

Simão de Pina


Vitória

Nau

Vasco de Atayde


Espera

Nau

Nicolau Coelho

150

São Pedro

Caravela

Pero de Atayde

50

Anunciada

Caravela

Nuno Leitão da Cunha

80

El Rei (Sota-Capitânia)

Nau

Sancho de Tovar

160

Uma caravelaNão há registros confiáveis a respeito do nome da nau capitânia da frota e alguns historia-dores levantam a possibilidade de ter sido utilizada a nau São Gabriel, capitânia da esquadra de Vasco da Gama. É pouco provável que o navio utilizado tenha sido o mesmo, pois em razão de sua notoriedade este fato teria sido registrado por cronistas da época, e tais registros jamais foram encontrados. O que se sabe é que o navio deslocava aproximadamente 250 tonéis e levava 190 homens, assim distribuídos:

Cabral e sua guarda pessoal (7 besteiros); 80 marinheiros; 70 soldados; 33 passageiros (7 serviçais, 2 degredados, 8 frades franciscanos, 8 intérpretes e 8 futuros funcionários da feitoria de Calicute (atual Calcutá, Índia).

(Fonte: A Viagem do Descobrimento: A verdadeira história da expedição de Cabral, Eduardo Bueno, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1998, Coleção Terra Brasilis).

Outros dados sobre a Esquadra de Cabral: (Linha do Tempo de sua viagem)

A arqueação (deslocamento) dos navios variava de 50 a 100 toneladas e sua velocidade podia chegar a quatro nós (aproximadamente 8km/h).

Em 09 de março de 1500 deu-se a partida da frota.

Em 23 de março de 1500, antes do descobrimento, a caravela de Pero de Atayde desgarrou-se da frota, ao largo das Ilhas Canárias, não sendo mais vista.

Em 22 de abril de 1500 a Esquadra chega ao Brasil.

Em 02 de maio de 1500 Gaspar de Lemos retorna a Portugal com a notícia da descoberta e os demais navios seguem para as Índias.

Em 13 de maio de 1500 os navios de Ayres Gomes da Silva, Bartolomeu Dias, Simão de Pina e de Vasco de Atayde são destruídos por uma tempestade ao dobrar o Cabo da Boa Esperança. A nau de Diogo Dias afastou-se da esquadra durante a tempestade, passando a navegar próximo à costa leste da África, descobrindo a ilha de São Lourenço (Madagascar). O cabo da Boa Esperança fora descoberto por Bartolomeu Dias em 1487.

Em 13 de setembro de 1500 a Esquadra chega a Calicute, na Índia.

Em 16 de janeiro de 1501 é dada a partida de Calicute e seis navios remanescentes da grande Esquadra iniciam o retorno a Portugal. Foram os navios de Diogo Dias, Pedro Álvares Cabral, Nicolau Coelho, Pero de Escobar, Simão de Miranda e de Nuno Leitão da Cunha.

Piloto da frota: Afonso Lopes

Cirurgião: Físico Mestre João

Escrivão: Pero Vaz de Caminha

Capelão: Frei Henrique Soares

Tripulação: Aproximadamente 1.200 homens entre mercadores, pilotos, oficiais maiores, carpinteiros, tanoeiros, ferreiros, soldados e técnicos em navegação.

Dados encontrados no "Livro das Armadas"

Notas:

O terremoto em Lisboa, seguido de incêndio, ocorreu no dia primeiro de novembro de 1755 (Século XVIII) (Lello Universal). Daí também a dificuldade em não se saber exatamente muitos dados, inclusive os nomes de alguns navios da Esquadra de Cabral.

Ainda por esclarecimentos de Carlos José Hesseine Coelho, a reconstrução de Lisboa, após o terrível terremoto, foi iniciada pelo Marques de Pombal, com o dinheiro do ouro do Brasil.



Por: Becker

Fonte:
http://www.geocities.com/artemodelismovirtual/qanosdescobrimento.htm
15 de agosto de 2008, 21:17

Comentários: A frota de Cabral havia sido perdida em grande parte por conta de se lançarem ao mar sem grandes experiências, só com o intuito de fazer exploração. Grandes ventos, tempestades, trajetos de ruim acessos, foram grandes fatores que facilitaram isso. O terremoto, em Lisboa, ocorreu de certa surpresa. Os portugueses haviam escrito e registrado as viagens de Cabral, a ida dele para o alto-mar.A catástrofe ocorrida trouxe grandes perdas, como, por exemplo, os registros sobre as viagens de Cabral; devido a isso, fica difícil dizer ao certo quantos homens, quais nomes dos navios, quantas navegações eram. Mas nem tudo havia sido perdido, então isso nos mostrou uma certa idéia de como foram as navegações cabralinas, como atuaram, e seus componentes.

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